CARLOS GOMES, QUEM FOI
Carlos Gomes o maior compositor de óperas brasileiro
Antonio Carlos Gomes, o maior compositor de ópera brasileiro – e foi o primeiro compositor a ter suas obras apresentadas no renomado Teatro Scalla em Milão. É o autor da ópera ‘O Guarani ‘e é patrono da cadeira de número 15 da AcademIa Brasileira de Música. Foi casado com a pianista Adelina. Tiveram cinco filhos, porém apenas uma filha sobreviveu: Ítala Gomes.
INFÂNCIA DE CARLOS GOMES
Carlos Gomes nasceu em Campinas – SP em 11/07/1836 numa segunda-feira, em uma humilde casa da Rua da Matriz Nova. Foram seus pais Manuel José Gomes e Fabiana Jaguari Gomes. A vida de Antônio Carlos Gomes muitas vezes foi marcada pela dor. Muito criança ainda, perdeu a mãe, tragicamente assassinada aos vinte e oito anos. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles no entanto, formou a Banda Musical de Campinas, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos. Posteriormente, substituiria seu pai na direção do grupo. Desde cedo revelara seu talento musical; seu pai sempre o incentivou, como também seu irmão José Pedro de Sant’Anna Gomes. Seu pai era alfaiate e ensinou a profissão a Carlos; ele trabalhava ajudando o pai, enquanto aperfeiçoava seus conhecimentos musicais.
PRIMEIRAS COMPOSIÇÕES DE CARLOS GOMES
Aos 15 anos de idade compôs valsas, quadrilhas e polcas e um pouco mais tarde, aos 18 anos compôs a Missa de São Sebastião. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compôs Suspiro d’Alma. Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos com o pai. Lecionava piano e canto, dedicando-se também com afinco ao estudo das óperas; estudava muito as óperas de Giuseppe Verdi. Nesta época compôs o Hino Acadêmico, ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito de São Paulo. Recebia estímulos de todos, entretanto lhe indicavam o rumo da Corte onde poderia obter ajuda .
CARLOS GOMES E SUA PRIMEIRA ÓPERA
Em 1859, Carlos Gomes entrou para o Conservatório de Música do Rio de Janeiro. Em 04/09/1861, estreou no Teatro Lyrico Fluminense seuprimeiro trabalho, baseado na obra de Antonio Feliciano de Castil: A Noite no Castelo. Fez um enorme sucesso e Carlos Gomes foi levado para casa em triunfo por uma entusiástica multidão, que o aclamava sem cessar. Recebeu do Imperador D. Pedro II a medalha da Imperial Ordem da Rosa também entusiasmado com o sucesso do jovem compositor. Tornou-se uma figura querida e popular. Depois compôs para sua namorada Ambrosina ‘Quem Sabe’ conhecida por nós: “Tão longe de mim distante…” Dois anos depois apresentou sua segunda ópera, Joana de Flandres. Recebeu então da Empresa de Ópera Lírica Nacional a bolsa de estudos que tanto desejava para estudar na Europa. E ainda conseguiu para seu pai o lugar de mestre da Capela Imperial.
CARLOS GOMES NA EUROPA
Carlos Gomes partiu então para a Europa no dia 08/11/1863. Por fim levava consigo recomendações de D. Pedro II para o Rei Fernando, de Portugal pedindo a ele que apresentasse Carlos Gomes ao diretor do Conservatório de Milão Lauro Rossi. Levava também uma carta de recomendação para Lauro Rossi. Assim esse diretor ficou encantado ao receber o jovem aluno. Mais tarde Carlos Gomes recebeu o diploma de mestre e compositor em 1866; recebeu também o elogio de todos os professores. Ele aproveita então nesta fase os fatos acontecidos entre Itália e o Reino da Prussia (Estado-membro do Estado Alemão) e compõe a Revista Musical Se Sa minga, estreada em Milão em 1867, o que veio a chamar muito a atenção para o seu trabalho sendo assim o seu primeiro sucesso.
CARLOS GOMES, O MAIOR COMPOSITOR DE ÓPERA BRASILEIRO
O Guarany, a ópera em italiano
Carlos Gomes passeando então pela Praça del Duomo, em Milão ouviu um menino fazendo a propaganda do romance O Guarani de José de Alencar que conta a história de Ceci e o índio herói Peri. Assim ele se inspirou neste romance e com o estilo romântico usado nesta época, compôs a ópera ‘O Guarani’. Procurou instrumentos indígenas, necessários para a apresentação como borés, tembis, maracás ou inúbias. Contudo não os encontrou. Mandou fazê-los numa fábrica em Bérgamo. Entretanto a ópera falando do Brasil foi composta em italiano e em estilo romântico. Seguia assim uma tendência na Europa: a curiosidade sobre os povos estrangeiros e seus costumes. O Guarani estreou no Scala de Milão em 1870. Colocou então o Brasil no mapa cultural europeu e imortalizou o compositor. Aqui fez também um enorme sucesso; no aniversário de Dom Pedro II, a ópera foi apresentada no Teatro Lírico do Rio de Janeiro.
OUTRAS ÓPERAS DE CARLOS GOMES
Carlos Gomes, o maior compositor de ópera brasileiro
Carlos Gomes o maior compositor de ópera brasileiro – compôs: A Noite no Castelo, Joana de Flandres, Il Guarany, Fosca, Salvator Rosa, Maria Tudor, Lo Schiavo, Condor. Suas óperas abordam temas brasileiros e históricos além de apresentar um estilo romântico e grandioso. Deixou um legado significativo para a música brasileira. Suas obras continuam sendo reproduzidas pelos teatros de ópera ao redor do mundo; são valorizadas pela fusão da cultura brasileira com a tradição operística italiana. O sucesso estrondoso de Carlos Gomes consolidou a sua posição e reconhecimento no cenário mundial.
OUTRAS COMPOSIÇÕES
Carlos Gomes o compositor de óperas compôs também muitas obras para piano: Anemia, Angélica, Bilboquet. Cândida, Grande valsa de bravura, Mormorio, Niny, Salalayù, Spagnoletta, Uma paixão amorosa, A Cayumba (1856), Quilombo (1856), Cachoeira (1867), La stella brasiliana (1867), Piccola polka (1867), Mazurca (1868), L’oriuolo (1888). Compôs música sacra: Missa de São Sebastião (Coro e Orquestra)(1854) e ‘Kyrie “da Missa perdida” (Coro e Órgão)(1865); Compõs Poema Vocal Sinfônico para comemorar o Quarto Centenário da viagem de Colombo – um oratório em quatro atos.Compôs também músicas de Câmara: Solo de flauta (Flauta Transversal e Piano)(1863) e Sonata para cordas “O Burrico de Pau” (Quinteto de cordas)(1894). Adicionalmente compôs cerca de 42 músicas com letras em italiano ou português.
ÚLTIMOS ANOS
A Lei Áurea foi assinada em 1888 e e Carlos Gomes quis homenagear esta data tão importante. Estreou a ópera O escravo no Início do século XIX; trabalhou o tema sobre a revolta de escravos negros, em um engenho. Seu último trabalho foi o Oratório Colombo em 4 atos dedicado ao Quarto Centenário do Descobrimento da América. A obra foi encenada em 1892 no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Mas, com a Proclamação da República, Carlos Gomes perdeu o apoio financeiro. Ele já estava gravemente doente e com dificuldades financeiras. O Guarani porém, ainda foi apresentado em Lisboa com a direção do próprio Carlos Gomes no Teatro São Carlos, de Lisboa, onde recebeu a última homenagem e foi condecorado pelo Rei Carlos I. Depois disso, o compositor voltou ao Brasil e dirigiu-se ao Pará, já muito doente, para ocupar a diretoria do Conservatório de Música de Belém.
A PARTIDA DO GRANDE COMPOSITOR
Carlos Gomes, o maior compositor de ópera brasileiro logo depois, faleceu em Belém, Pará, no dia 16 de setembro de 1896. Estava muito doente com um câncer na lingua. Partiu, depois de tantas lutas e vitórias, deixando um legado inesquecível para a humanidade e dessa forma, muito orgulho para nós brasileiros. Havia conseguido afinal a consagração que tanto almejara. Lembrando aqui, que quando saiu de Campinas em um burrico em direção a Santos para pegar um navio e ir para o Rio, seu irmão José Pedro disse-lhe rindo: – Você voltará para Campinas porque não terá coragem de abandonar sua terra natal! Ao que ele respondeu:
– “Qual! Só voltarei coroado de glórias ou só voltarão meus ossos!”
fonte:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Gomes#cite_note-12
- https://musicabrasilis.org.br/
- https://radios.ebc.com.br
- https://www.ebiografia.com/carlos_gomes/
- https://carlosgomes.campinas.sp.gov.br/historia/vida-de-carlos-gomes
Não percam a próxima postagem Heitor Villa Lobos!
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Bastante interessante a vida de Carlos Gomes. Deveria ser mais divulgado, eu só conhecia O Guarani, e dela só a abertura, nao sabia que era parte de uma opera.
Gilson
Sim. O Maestro Alexandre Innecco disse que “é uma grande injustiça para tão grande compositor ser quase completamente esquecido pelos brasileiros”.
O meu objetivo neste Blog é divulgar mesmo a nossa música para que os brasileiros tomem conhecimento e valorizem os nossos compositores.
Grata pelo apoio
Nilce